Posicionamento frente a Pandemia de Covid 19

A Associação Brasileira de Farmácia Antroposófica vem através desse documento expressar o seu apoio às manifestações da Associação Brasileira de Medicina Antroposófica e Federação das Escolas Waldorf referentes ao cumprimento de normas de cuidados sanitários e recomendações de vacinação.

Desde março de 2020 quando do início da crise emergencial mundial com a pandemia de Covid 19, vimos o estabelecimento de uma polarização da sociedade civil com grupos sendo formados contra ou a favor das medidas sanitárias determinadas por autoridades responsáveis pela Saúde Pública.

Essa polarização é alimentada continuamente com desinformações, notícias desatualizadas e/ou retiradas de seu contexto.

No âmbito farmacêutico vacinas e medicamentos estiveram sempre no centro das polêmicas.

A Farmantropo quer esclarecer que não corrobora comunicados ou mensagens que desqualificam as vacinas como meio de prevenção da Covid 19 baseados em publicações, artigos e vídeos sem veracidade.

A Farmantropo alerta que:

  1. Medicamentos antroposóficos não são equivalentes e não devem ser usados como substitutos a vacinas.
  2. Medicamentos antroposóficos podem ser usados no tratamento da Covid, são eficazes, mas não existem estudos  que demonstrem sua eficácia em prevenir ou tratar as formas graves da doença.
  3. Medicamentos alopáticos sem comprovação de eficácia e sem indicação para essa finalidade registrado pela Anvisa não são recomendados e não podem ser entendidos para tal uso por pretensa metodologia cientifica antroposófica de ampliação do conhecimento da Química orgânica e Química Farmacêutica.
  4. A alegação de que a Medicina e a Farmácia Antroposófica são altamente competentes para o enfrentamento de uma pandemia dispensando a necessidade de vacinação coloca em risco a existência legalmente reconhecida da Farmácia Antroposófica duramente conquistada pelos profissionais empenhados nesse âmbito de atividade.

Consideramos que todas as medidas tomadas por autoridades responsáveis pela Saúde Pública de um determinado local devem levar em conta as condições e dados epidemiológicos específicos de cada região. Não é salutar que condições de salutogênese de comunidades específicas ou de países europeus sejam extrapoladas para o geral desconsiderando e negando as necessidades específicas de outros países.

Também não consideramos razoável que argumentos do âmbito espiritual ou da liberdade individual sejam deslocados para campanhas de intimidação que induzam a comunidade antroposófica e a população em geral ao não cumprimento de normas básicas de higiene e prevenção de doenças.

Entendemos que liberdade está relacionada com o âmbito espiritual e cultural, assim como igualdade é essencial no âmbito jurídico no qual se estabelecem os acordos sociais e no âmbito econômico devem ser considerados os princípios da fraternidade.

São Paulo, 15 de fevereiro de 2022